sexta-feira, 24 de abril de 2015

COMO MONTAR UMA ESTUFA PARA HIDROPONIA


Para quem não tem tempo e muito menos dinheiro a perder, e precisa construir uma estufa, optar pela simplicidade é sempre o melhor caminho. Por isso, a estufa modelo capela é a preferida por muitos produtores que querem proteger as plantas de bichos e da chuva, além de manter a temperatura ambiente mais elevada. Também pudera: utilizando a mão-de-obra de até cinco pessoas, em uma semana a estrutura fica pronta. Além disso, são necessários somente madeira, plástico, pregos e grampos, materiais fáceis de encontrar no mercado e até mesmo na propriedade.
O baixo custo, no entanto, é o maior atrativo deste modelo. Enquanto uma estrutura pré-fabricada é comercializada, em média, acima de 12 reais o metro quadrado, a estufa feita na propriedade pode ter esse preço reduzido pela metade. Segundo Luiz Antonio Augusto Gomes, da UFLA - Universidade Federal de Lavras, o ideal é utilizar o eucalipto, mais fácil de encontrar e mais barato. Não há necessidade de aplicar nenhuma substância na madeira para combater cupins e outros insetos, mas é preciso ter consciência de que a vida útil da estrutura varia de quatro a cinco anos. Madeira tratada só encarece e a durabilidade da estufa não aumenta tanto.
Em tempo: o nome deste modelo de estufa refere-se ao formato do telhado, que mais se parece com o de uma capela.










SISTEMAS HIDROPONICOS

Os sistemas hidropônicos podem ser divididos em dois grupos básicos, que são os ativos e os passivos. Nos sistemas passivos, a solução hidropônica permanece estática, e é conduzida às raízes através de um meio de cultura com alta capilaridade, geralmente ligado a um pavio. Nos sistemas ativos, é necessária a utilização de uma bomba para a circulação da solução de nutrientes, e grande parte deles necessita de um sistema paralelo em conjunto para a aeração ou oxigenação da solução. Existem centenas de sistemas hidropônicos, mas todos eles são derivados ou a junção de seis sistemas básicos, que são: Sistema de PavioSistema de Leito FlutuanteSistema de Sub-IrrigaçãoSistema NFTSistema de Gotejamento, e Sistema Aeropônico.
Sistema de Pavio:
            É um sistema passivo, considerado o mais simples de todos os sistemas. A solução nutritiva é retirada de um depósito e conduzida para o meio de cultura e raízes das plantas por capilaridade, através de um ou mais pavios. Normalmente é usada uma mistura de vários meios de cultura, de modo a incrementar ao máximo a capacidade capilar do meio de cultura. É utilizado para plantas de pequeno e médio porte, como hortas caseiras, pois pode ser feito em tamanhos reduzidos.



Sistema de Leito Flutuante:
            Este sistema pode ser ativo ou passivo. Quando a oxigenação das raízes é feita através de borbulhamento de ar, o sistema é considerado passivo. Quando a oxigenação é feita por circulação da solução de nutrientes, usando-se ou não algum tipo de injetor de ar, o sistema é ativo. O Leito Flutuante é considerado o sistema mais simples entre os ativos. As plantas são ancoradas em uma plataforma que flutua diretamente na superfície da solução de nutrientes contida em um depósito. As raízes ficam total ou parcialmente imersas na solução. A oxigenação da solução é necessária. Este sistema é usado geralmente em plantas de pequeno porte que necessitam de muita água.


Sistema de Sub-Irrigação
            É um sistema ativo. Nele, enche-se uma bancada ou bandeja com solução nutritiva e depois a esvazia rapidamente. O processo é feito por uma bomba, controlada por um temporizador. A quantidade de vezes que este processo é feito por dia depende do tipo de planta, da temperatura, umidade e tipo de cultura utilizado. O meio de cultura não pode ser biologicamente decomponível. Este processo já caiu praticamente em desuso.



Sistema NFT (Nutrient Film Technique)
            É um sistema ativo, e também o mais conhecido atualmente. Nele, há um fluxo constante de solução nutritiva, não sendo necessário temporizador. A solução nutritiva é bombeada de um depósito para um canal de cultura, na forma de um filme ou tubo de secção retangular, dependendo do porte da planta. Parte da raiz da planta fica submersa na solução e outra parte fica em contato com o ar úmido, de onde retira o oxigênio. Após percorrer o canal a solução volta ao depósito. Normalmente não existe meio de cultura, e as plantas ficam apoiadas em vasos ou redes de germinação. A falta de energia elétrica ou uma falha na bomba podem provocar a interrupção do filme, o que acarretaria na morte da planta. Então, neste caso é bom se pensar em uma forma de energia alternativa. O sistema é utilizado para plantas de pequeno e médio porte.


Sistema de Gotejamento
            É um sistema ativo, e provavelmente o mais utilizado no mundo. A solução nutritiva é retirada do depósito por uma bomba controlada por um temporizador e levada através de tubos até o colo da planta, onde é descarregada na forma de gotas, por meio de pequenos dispositivos chamados gotejadores. Há dois tipos de sistema de gotejamento: Solução Perdida e Recuperação de Solução.
- Solução Perdida: os excessos da solução nutritiva são descartados no subsolo, geralmente por infiltração, através de um sumidouro. As plantas são irrigadas sempre com uma solução nutritiva nova, não havendo necessidade de controle constante de pH e condutividade. O descarte da solução para o solo pode a médio ou longo prazo, causar problemas de poluição ambiental.
- Recuperação de Solução: os excessos de solução são reconduzidos ao depósito e reciclados para o sistema. Para isso é necessária a utilização de um temporizador de maior precisão para se obterem ciclos de rega muito precisos. Exige mais trabalho e atenção ao pH e à condutividade
            A falta de energia elétrica ou desarranjos nas bombas são problemas para este sistema, assim como possíveis entupimentos nos orifícios dos gotejadores, que necessitam ser inspecionados com freqüência.


Sistema Aeropônico
            É um sistema ativo e o de mais alta tecnologia atualmente. O meio de cultura utilizado é o ar úmido. As raízes ficam suspensas e imersas numa câmara de cultivo, onde são aspergidas com uma névoa de solução nutritiva em intervalos de tempo muito curtos. A solução é retirada do depósito por uma bomba, comandada por temporizadores de alta precisão. É um sistema suscetível a falta de energia, falha nas bombas e entupimento nos aspersores.




VANTAGENS E DESVANTAGENS

Vantagens:

- Maior rendimento por área. Por dispensar o uso de terra, a hidroponia pode ser verticalizada. No Japão, há casos de cultivos hidropônicos em subsolo;

- Aumento da produtividade. Por receber todo os nutrientes de que precisa em tempo integral, toda a plantação cresce saudável e em condições de ser utilizada;
- Melhor qualidade do produto. Por ser cultivado em local fechado, o vegetal está menos suscetível a pragas e enfermidades. Além disso, recebe todos os nutrientes de que precisa durante todo o crescimento, o que torna a planta mais saudável e faz diminuir a necessidade de fertilizantes;
- Colheitas durante o ano todo. Existem técnicas para se controlar a temperatura da estufa; 
- Mais eficiência e economia no uso de água e fertilizantes. A solução nutritiva pode ser reaproveitada para várias irrigações;
- Ciclos mais curtos em decorrência do melhor controle ambiental. A alface, por exemplo, leva de 60 a 65 dias para ser colhida no cultivo tradicional, enquanto que na hidroponia este tempo cai para 35 a 40;
- Proteção contra adversidades climáticas;

- Preservação do meio ambiente. As técnicas de cultivo tradicionais despejam agrotóxicos que atingem os lençóis freáticos. 


Desvantagens:

- Dependência de energia elétrica ou de um sistema alternativo. Se houver uma queda de energia e o produtor não tiver um gerador, por exemplo, há grande risco de se perder toda a produção;
- Requer conhecimento da tecnologia e acompanhamento permanente;
- Maior facilidade de disseminação de patógenos no sistema pela própria solução nutritiva circulante.





DEFICIENCIAS DE NUTRIENTES 

Toda planta necessita de nutrientes para sua sobrevivência, mas cada uma exige mais ou menos alguns deles. Entretanto, a falta desses nutrientes acarreta em problemas comuns às plantas. Segue abaixo uma lista do que ocorre com as plantas na falta de cada nutriente.
- Nitrogênio: A planta inteira fica verde claro. As folhas de baixo ficam amarelas e o crescimento é retardado.
- Fósforo: A planta inteira fica verde azulada, podendo desenvolver um aspecto vermelho ou roxo. As   folhas de baixo devem ficar amarelas, secando de um marrom esverdeado para o preto. O crescimento é retardado.
- Potássio: As folhas ficam com aspecto de papel, com áreas mortas ao longo dos limites das folhas. O crescimento é retardado.
- Magnésio: As folhas de baixo ficam amarelas ao longo das pontas e das margens e entre as veias. As folhas de baixo murcham.
- Cálcio: Os talos e as folhas novas morrem.
- Zinco: Os tecidos das folhas entre as veias ficam mais claros e amarelados, com aparência de papel.
- Ferro: Os tecidos das folhas ficam amarelados, enquanto as veias permanecem verdes.
- Cobre: Os limites das folhas ficam verde escuro ou azul, além de se curvarem para cima. As folhas jovens murcham permanentemente.
- Enxofre: As folhas jovens ficam verde pálido, enquanto as mais novas permanecem verdes. A planta fica atrofiada e delgada.
- Manganês: O crescimento da planta é retardado. As folhas de baixo ficam quadriculadas em um padrão de verde e amarelo.
- Molibdênio: As folhas ficam mirradas, verde pálido e com má formação.
- Boro: As folhas jovens ficam ressecadas nas pontas e nas margens.



Por Jhade Goudinho Saraiva

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