quarta-feira, 22 de julho de 2015
Consorciação e rotação de culturas aplicado ao plantio da mandioca
Consorciação e rotação de culturas
Os sistemas de cultivos múltiplos ou policultivos com culturas anuais e fruteiras, agroflorestais e agrosilvipastoris tem sido amplamente utilizados nas regiões tropicais, pelos pequenos produtores. A difusão desses sistemas tem como base as vantagens apresentadas pelos mesmos, em relação aos monocultivos, como o de promover maior estabilidade da produção, melhorar a utilização da terra, melhorar a exploração de água e nutrientes, melhorar a utilização da força de trabalho, aumentar a eficiência no controle de ervas daninhas, aumentar a proteção do solo contra erosão e disponibilizar mais de uma fonte alimentar e de renda. Neste contexto, a mandioca é importante como cultura consorte pelo seu ciclo vegetativo longo, crescimento inicial lento, variedades com hábito de crescimento ereto e vigor de folhagem médio, caracterizadando as possibilidades de consórcio, principalmente com culturas anuais. O plantio de culturas associadas nesses policultivos, em uma mesma área, deve ser feito procurando distribuir o espaço da lavoura o mais conveniente possível, buscando uma baixa competição entre plantas pelos fatores de produção como luz, água e nutrientes. Esta distribuição das linhas de plantio dependerá das características agronômicas de cada uma das culturas envolvidas na consorciação, especialmente o ciclo vegetativo, as épocas de cultivo distintas e o porte das plantas.
Na Região Centro Sul Brasileira, apesar de boa parte da produção ser obtida de grandes cultivos, com lavouras conduzidas com visão empresarial, é altamente significativo o cultivo realizados por pequenos produtores, em particular, os de assentamentos rurais. Nessas condições onde a força de trabalho, basicamente, é composta pela mão-de-obra familiar, e as áreas são minifúndios, os cultivos múltiplos revestem de maior importância, porque otimizam o uso mais intensivo dos recursos escassos, representados pela mão-de-obra, terra e capital.
De um modo geral, as culturas a serem consorciadas ou os sistemas a serem utilizados pelo produtor, são determinados por aspectos econômicos regionais e as próprias atividades produtivas na propriedade. A mandioca pode ser utilizada em policultivos com culturas anuais, perenes, agroflorestas e agrosilvipastotis.
Com culturas anuais o arranjo espacial de plantio das linhas de mandioca pode ser em fileiras simples ou em fileiras duplas. Nas fileiras simples recomenda-se a distribuição das plantas em forma retangular com espaçamento de 1,00 a 1,20 m entre linhas e 0,60 a 0,80 m entre plantas, sendo que a cultura intercalar é plantada em fileiras alternadas com as de mandioca. Neste caso, recomenda-se o plantio de uma a duas fileiras da cultura intercalar a depender do porte da cultura. Nas fileiras duplas, a distribuição das plantas é realizada reduzindo o espaçamento entre duas fileiras simples para 0,60 m , deixando um espaço maior (2,00 a 3,00 m) até as outras duas fileiras simples, também espaçadas de 0,60 m; onde o espaçamento das fileiras duplas ficam de 0,60 x 0,60 a 0,80 m x 2,00 a 3,00 m. Sendo recomendado, para este caso, de duas a quatro fileiras da cultura consorciada a depender do porte da mesma.
Quanto ao consórcio com cultura perene e em sistemas agroflorestais, as culturas intercalares são utilizadas, além das vantagens já mencionadas, com o objetivo de propiciar retorno econômico durante o período de crescimento das culturas perenes, contribuindo para o custo de implantação das mesmas. Nestas condições, a mandioca é utilizada como cultura intercalar, onde o número de fileiras a ser utilizada estará em função da cultura perene e do espaçamento e arranjo espacial de plantio da mesma.
Vale ressaltar, que nos plantios de sistemas de policultivos ou consorciados deverão ser utilizadas as tecnologias recomendadas para cada cultura componente do sistema.
Na cultura da mandioca, em condições de Cerrado, a utilização da prática de rotação de culturas, além de outras vantagens, visa principalmente o controle da bacteriose e a depauperação do solo. Assim, recomenda-se que seja realizada pelo menos a cada dois cultivos da mandioca, utilizando outras culturas como gramíneas ou leguminosas para produção de grãos, ou leguminosas para adubação verde, ou deixando a área em pousio. Nesse particular, o sistema de plantio em fileiras duplas da mandioca em consorciação, reveste de importância para pequenas áreas por permitir a rotação das culturas em uma mesma área. Outro ponto a destacar é o aproveitamento da adubação residual realizado pela cultura da mandioca.
Por:Kerolly Lopes
Peixes ornamentais
O mercado mundial de peixes ornamentais movimentou cerca de três bilhões de dólares no ano 2000, segundo dados da FAO. A indústria agregada chega a quinze bilhões de dólares. Nos Estados Unidos existem mais de dez milhões de residências com aquários e este país é o principal importador de peixes ornamentais, seguido pelo Japão.
Os peixes deste segmento são provenientes da produção em pisciculturas e da pesca extrativa. As pressões internacionais pelo fim da pesca predatória, e o desenvolvimento da tecnologia de cultivo de diversas espécies que outrora só eram obtidas por extrativismo, impulsionam a produção em cativeiro e permitem prever que na próxima década esta se tornará a responsável por mais de 90% dos peixes comercializados.
A quase totalidade da produção nacional de peixes ornamentais em cativeiro é comercializada no mercado interno, sobretudo nas grandes cidades da região Sudeste e em algumas Capitais.
Nos Estados Unidos existem mais de dez milhões de residências com aquários e este país é o principal importador de peixes ornamentais, seguido pelo Japão.
Nos Estados Unidos existem mais de dez milhões de residências com aquários e este país é o principal importador de peixes ornamentais, seguido pelo Japão.
O Brasil é um tradicional exportador de peixes capturados na região Amazônica, entretanto a exportação dos peixes oriundos de cultivo é dificultada pela baixa qualidade e falta de regularidade da produção na maioria das pisciculturas.
Este entrave não só impede a exportação como deixa de atender os desejos dos aquaristas brasileiros que passam a privilegiar os peixes importados. Alguns produtores perceberam, neste quadro, uma oportunidade de negócios e estão se dedicando a produzir peixes ornamentais de forma tecnicamente correta, dando maior ênfase ao cultivo das espécies mais procuradas pelos aquaristas e não simplesmente daquelas que são de manejo mais simples ou mais prolíficas.
Estes produtores possuem características adequadas para atuação no mercado externo, mas diante da elevada demanda interna por peixes de boa qualidade, estão se dedicando ao abastecimento do mercado nacional, obtendo bons lucros e demonstrando a importância de se investir em aquisição de conhecimento.
Por : Mylena Panza
domingo, 19 de julho de 2015
Cultivo do Araçá-boi
Descrição da planta
O araçá-boi (Eugenia stipitata) é uma fruteira da Amazônia Ocidental, usualmente cultivada no Brasil, Perú e Bolívia. Este fruto pertence a família das Mirtaceas, que é a mesma da goiaba e jabuticaba. A planta é um arbusto com cerca de três metros de altura, com ramos desde o solo. O fruto tem cor amarelada quando maduro, contém em média 11 sementes e chega a pesar 450 gramas.
Aspectos nutricionais
Vitamina A 7.75 µg. Cinzas 0,30 µg.
Vitamina B 9.84 µg. Lipídios 0,20 µg.
Vitamina C 23.30 µg. Carboidratos 8,90 µg.
Proteína 0.60 µg. Energia 39,80 kcal
Recomendações agronômicas
Cresce bem em solos de baixa fertilidade, com pH aproximado de 4,0 a 4,5 e em regiões com chuvas desde 1.700 mm até 3.150 mm anuais, e temperatura média ao redor de 25ºC.
Para a produção de mudas podem ser utilizados viveiros rústicos, feitos com estacas de madeiras e cobertos de palha.
O leito da sementeira pode ser feito com serragem de madeira, se possível semi-curtida. A semeadura deve ser feita a 1,0 cm de profundidade, com 2,0 cm entre sementes e 4,0 cm entre linhas.
Mudas do araçá-boi
A germinação é demorada, iniciando após 3 meses da semeadura, podendo levar até 1 ano para ser concluída. Para abreviar este período, as sementes podem ser descascadas com muito cuidado, com o auxílio de uma lâmina de barbear (ou outra maneira de escarificar), o que reduz o tempo de germinação) para entre 30 a 180 dias. As plântulas podem ser repicadas quando tiverem cerca de 6 a 10 folhas (ou mais ou menos 10 cm de altura), para sacos plásticos e levadas ao viveiro. A irrigação deve ser diária e não excessiva.
O plantio definitivo deve ser feito com mudas selecionadas pelo vigor e sanidade. As covas devem ter dimensões de 40 x 40 x 40 cm, utilizando-se 10 kg de esterco de curral ou 3 kg de esterco de galinha já curtido. O espaçamento no campo deve ser de 4m x 4m, o que dará 625 plantas/hectare. Nos 2 primeiros anos não mais será necessário fazer-se adubação. Após este período, indica-se 10 litros de esterco/planta/ano.
Quanto ao aspecto fitossanitário, a espécie é muito rústica. Como praga verificou-se a ocorrência de moscas de frutas (Anastrepha spp.), atacando os frutos. O controle deste inseto pode ser feito com o uso de iscas coletoras de moscas e coleta de todos os frutos caídos. Aqueles atacados, que não foi possível utilizar, enterrar a um metro de profundidade. No caso de doenças foi constatada a Antracnose em frutos, causada por Puccinia psidii. Ambos os patógenos podem ser controlados com maior aeração das plantas e puverizadas com fungicidas à base de cobre.
Colheita
Fruto do araçá-boi
O araçá-boi começa a florar e frutificar normalmente após 2 anos do plantio no campo. Com a planta bem nutrida e adequado suprimento de água, floresce e frutifica continuamente o ano inteiro. Quando da máxima produção, devem ser feitas três colheitas por semana, apanhando os frutos ainda na planta, evitando os que caíram no chão, de modo a não depreciá-los.
Os frutos de araçá-boi quando maduros são muito delicados, amassando-se com facilidade e portanto, são difíceis de serem transportados por longas distâncias. De preferência, quando se dispõe de uma grande quantidade de frutos, recomenda-se que seja feito o beneficiamento da polpa e que esta seja comercializada congelada.
Usos e perspectivas
A polpa do fruto é mole e sucosa, de cheiro agradável e de sabor ácido, podendo ser usada para refresco, sorvete, creme e outros. O aroma se perde facilmente com o calor, assim as geléias não mantêm o aroma original da fruta. A espécie apresenta potencial para conquistar um lugar de destaque no mercado nacional e internacional, principalmente como refresco natural, podendo ainda ser comercializada como polpa congelada ou suco engarrafado.
Por: Mylena Panza
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Bambu, madeira do futuro
Há milênios, esse material dá forma a casas tradicionais em países como o Japão e a China. Nos últimos anos, pesquisas na construção civil avalizaram sua resistência e durabilidade. Arquitetos do mundo todo redescobriram o bambu e passaram a usá-lo em modernas obras públicas. A necessidade de repensar o consumo de materiais na construção para torná-la mais sustentável do ponto de vista ambiental atrai olhares para a exploração de novas alternativas. E o caso do bambu, visto como a promessa para este século. Pesquisador desse recurso há cerca de 30 anos, o professor Khosrow Ghavami, do Departamento de Engenharia Civil da PUC-RJ, não tem duvidas sobre seu potencial. "Estudei 14 espécies e três delas, em especial, tem mais de 10 cm de diâmetro e são excelentes para a construção", diz ele, referindo-se ao guadua (Guadua angustifolia), ao bambu-gigante (Dendrocalamus giganteus) e ao bambu-mossô (Phyllostachys pubescens). Todos são encontrados no Brasil, onde existem grandes florestas inexploradas de várias espécies. No Acre, por exemplo, os bambuzais cobrem 38% do estado. De crescimento rápido (em três anos, esta pronta para o corte), essa gramínea gigante chama a atenção, a principio, pela beleza. Mas sua resistência também surpreende: de frágil, ela não tem nada. "Sua compressão, sua flexão e sua tração ja foram amplamente testadas e aprovadas em laboratório", afirma Marco Antônio Pereira, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Unesp, em Bauru, que mora ha dez anos numa casa de bambu. O arquiteto Edoardo Aranha, pesquisador da Unicamp, faz coro: "Se tratado adequadamente, ele apresenta durabilidade superior a 25 anos, equivalente a do eucalipto, por exemplo", afirma. Ele se refere aos tratamentos químicos para remover pragas como brocas e carunchos (cupins não se interessam pelo bambu). Além do autoclave, outro procedimento comum chama-se boucherie, em que a seiva e substituída por um composto formado de cloro, bromo e boro. Submergir as varas em água durante 20 dias também produz bons resultados, segundo o pesquisador. PROJETOS PELO MUNDO
Fora do Brasil, alguns arquitetos tem apostado no bambu em projetos públicos de traços marcantes, que conciliam natureza e tecnologia num contraste agradável ao olhar. Em Leipzig, na Alemanha, a fachada do novo estacionamento do zoológico municipal foi construída com varas de bambu presas em cintas de aço. Perto de Madri, na Espanha, o Aeroporto Internacional de Barajas surpreende os usuários com seu enorme forro, que torna leve o visual da estrutura de concreto e aço. Em locais como esse, de uso intenso, a opção pelo material e resultado da confiança na sua durabilidade e resistência, já que manutenções freqüentes não seriam bem-vindas. Graças a tratamentos químicos, o amido e retirado, inibindo pragas que poderiam comprometer as varas. Em áreas externas, os produtores recomendam aplicar verniz naval para proteger do calor, do frio e da chuva. Alemanha
O fechamento deste estacionamento em Leipzig, inaugurado em 2004, foi todo feito com bambu (Veja a foto na abertura da reportagem). Segundo os arquitetos do escritório alemão HPP Hentrich-Petschnigg & Partner KG, a opção não teve nada de experimental: baseou-se em pesquisas que pipocaram na Europa depois da Expo 2000 em Hannover, onde o pavilhão colombiano, desenhado pelo arquiteto Simón Vélez, empregou essa matéria-prima.
POR: Mylena Panza
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