domingo, 26 de abril de 2015

Alimentos Transgênicos - Transgênicos

O que são os transgênicos?
Espécies cuja constituição genética foi alterada artificialmente e convertida a uma forma que não existe na natureza, os cientistas adicionam o gene de um vegetal, animal, bactéria ou vírus e, assim, dão novas características à espécie modificada. A modificação genética é feita para que o organismo obtenha características diferentes das suas, como melhora nutricional em alimentos ou para tornar uma planta mais resistente a pragas.
Quando surgiram os transgênicos?
Eles surgiram na década de 1970, quando foi criada a técnica do DNA recombinante e a engenharia genética produziu um filhote comercial: insulina humana feita por bactérias modificadas, com menor taxa de rejeição entre os diabéticos.
Como os transgênicos são produzidos?
Os transgênicos são produzidos pela modificação genética. A modificação genética ou transgenia, também conhecida como engenharia genética, é uma técnica de biotecnologia que foi introduzida em 1973. Na transgenia, seqüências do código genético são removidos de um ou mais organismos e inseridos em outro organismo, de espécie diferente. A principal implicação da transgenia é a quebra da barreira sexual entre diferentes espécies, permitindo cruzamentos impossíveis de ocorrerem naturalmente, como entre uma planta e um animal, uma bactéria e um vírus, um animal e um inseto. A inserção de genes exóticos em uma planta, por exemplo, pode resultar em efeitos imprevisíveis em seus processos bioquímicos e metabólicos.
Principal responsável pela produção e pesquisa de alimentos transgênicos no Brasil, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é uma usina de biotecnologia que desenvolve projetos em todos os Estados brasileiros. A Embrapa é detentora de 85 patentes no Brasil e 2 no exterior.
Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a empresa foi criada em 26 de abril de 1973. Operando com 8.530 empregados a Embrapa conta com um orçamento de R$ 660 milhões anuais, distribuídos em suas diversas áreas.
A empresa tem uma série de acordos e parcerias, para a pesquisa de sementes geneticamente modificadas de soja, milho, algodão e batata, com empresas peso-pesado como a Monsanto (sua principal parceira), a AgrEvo, a Cyanamid e a Rhône-Poulenc.
Que órgãos ou empresas os produzem?
Primeiras grandes empresas a produzirem transgênicos Cargill, a Ciba-
Geigy, a ICI, a Dekalb, a Rhône Poulenc, a Sandoz e a Upjohn. A partir de 1994, forma-se novos grupos de empresas ainda maiores. Nessa etapa, consolidam-se os oito maiores grupos de empresas na área de sementes. Entre elas está a Monsanto, que adquire 34 outras empresas, a Aventis, que adquire 18, a DowAgro Science, que adquire 13, e a Syngenta, formada pela união da Novartis (que adquiriu 18 empresas) e da AstraZeneca (formada pela junção de mais 13 empresas). Entre essas companhias produtoras de sementes que foram objeto de aquisição estão algumas brasileiras. A Monsanto adquiriu cinco empresas brasileiras - entre elas a Agroceres, maior empresa de capital nacional privado do setor -, a DowAgro Science, cinco e a Aventis, quatro.
Monsanto, DuPont, ICI e Ciba-Geigy (as duas últimas incorporadas depois pela Syngenta) foram empresas que realizaram grandes investimentos em pesquisa & desenvolvimento desde a década de 80.
Quais são os alimentos transgênicos?
A variedade de produtos transgênicos é ampla. Soja, milho, algodão, canola, mandioca, inhame, batata-doce, tabaco, arroz, tomate e trigo são algumas das culturas beneficiadas.
Atualmente, 9% dos transgênicos plantados no mundo correspondem à soja (61%), milho (23%), algodão (1%) e canola (5%). Como o algodão é muito pouco usado na alimentação humana, além da soja e do milho, a canola seria por enquanto a nossa única preocupação diferente. As plantas alvos da transgenia são as mais cultivadas do mundo.
Os transgênicos podem ser cultivados normalmente no Brasil?
Não. Desde 1998, uma liminar proíbe o cultivo comercial de OGMs no país sem estudos prévios de impacto ambiental - exigência desrespeitada pelos produtores de soja no Sul. Ainda assim, a legislação brasileira relacionada a transgênicos - especialmente a Lei de Biossegurança de 1995 - é vista por muitos cientistas como uma das mais completas do mundo.
Medicamentos
O medicamento mais conhecido produzido por transgênicos é a insulina.
Medicamentos, enzimas, reagentes e vários produtos são produzidos por microorganismos transgênicos em ambiente confinado. Esse tipo de uso da transgenia, o uso confinado, não representa um perigo ao meio ambiente. O consumidor recebe uma substância química purificada e analisada e também não tem contato com o ser vivo transgênico. O protocolo de avaliação de segurança dessas substâncias químicas é muito mais rigoroso e detalhado do que o usado para garantir a segurança dos alimentos transgênicos.
Agricultura
Na agricultura já se constata o aumento da produção de alimentos em solos salinos ou em regiões áridas, onde não se conseguia plantar nada. A incorporação dessa biotecnologia por pequenos agricultores, como na África do Sul, trouxe benefícios sociais para pequenas comunidades agrícolas.
Meio Ambiente
Para o meio ambiente, a boa notícia é que já está bem demonstrado que determinadas plantas transgênicas demandam menos agrotóxicos, veneno agrícolas causadores de fortes impactos ambientais. Com a biotecnologia e os princípios da agricultura orgânica, a meta é alcançar a produção de alimentos sem resíduos de venenos.
Combate à fome
Um dos benefícios que os transgênicos poderiam trazer são comidas mais barata para milhares de pessoas famintas e subnutridas em todos os países pobres do mundo. Sabe-se que há mais de 800 milhões de famintos sem condições mínimas de sobrevivência em todo o mundo.
As plantas transgênicas são mais resistentes e, aparentemente, podem reduzir o custo de produção, viabilizando uma maior oferta de comida, então, mais barata. Dados indicam que produtos transgênicos têm custo de produção 20% menor que os demais. Além disso, podem-se enriquecer tais alimentos com mais vitaminas, como novo arroz transgênico (arroz dourado), rico em vitamina A, ou usá-los em tratamentos específicos.
“Super Alimentos”
Uma das promessas do cultivo e comercialização dos transgênicos são os super alimentos, legumes, grãos e verduras mais nutritivos, resistentes a agrotóxicos, e com menos gordura.
Com alimentos resistentes, os agricultores podem aplicar maior quantidade de agrotóxicos para combater pragas sem correr o risco de o alimento ser destruído. Mas, uma questão ainda não respondida por pesquisadores é se quem ingere o alimento com maior dose de agrotóxico não recebe doses deste produto.
Riscos à saúde
Estudos feitos pelas multinacionais interessadas na liberação do cultivo e comercialização de alimentos transgênicos têm sido contestados por inúmeros cientistas. Segundo boa parte deles, alguns riscos à saúde que os OGMs trazem são praticamente certos, como riscos de alergia.
O mais temido dano que os transgênicos podem causar à saúde do homem é a transferência da sua resistência para microorganismos patológicos, como bactérias que causam infecções. Não há notícias que isto tenha ocorrido de fato, mas especialistas não descartam esta hipótese. Cobaias alimentadas com transgênicos têm apresentado alterações em seu sistema imunológico e em vários órgãos vitais.
Impacto Ambiental
O cultivo de OGMs pode causar impactos no meio ambiente, como perda de biodiversidade e erosão genética, o surgimento de super ervas daninhas próximas a plantação, correndo-se o risco das ervas ficarem resistentes ao próprio herbicida que deveria matá-las. Outro risco apontado é a possibilidade de resistência de insetos e pesticidas, que evoluiriam e se tornariam imunes à resistência dos transgênicos.
Por que o Greenpeace se opõe aos transgênicos?
Conseqüências desconhecidas - O Greenpeace faz campanha contra a liberação de transgênicos ou organismos geneticamente modificados (OGMs) no meio ambiente e se opõe ao seu uso na alimentação humana e animal. Para a organização, os resultados da utilização de transgênicos são imprevisíveis, incontroláveis e desnecessários.
Perda de Biodiversidade - Sabemos que as conseqüências nocivas de novas tecnologias muitas vezes só poderão ser percebidas após muitos anos. Entre as possíveis conseqüências dos transgênicos, os cientistas prevêem o empobrecimento da biodiversidade, o que pode interferir negativamente no equilíbrio ecológico e na segurança alimentar.
Aumento do uso de agrotóxicos - A utilização de transgênicos com resistência a herbicidas na agricultura pode levar ao aparecimento de “superpragas“ e ao desequilíbrio ecológico do solo, além da contaminação do solo e dos lençóis de água, devido ao uso intensificado de agrotóxicos.
Ameaça à segurança alimentar – Antigamente, pensar em patentear plantas, animais ou genes não poderia sequer ser considerado. Hoje, com a patente sobre a vida, o produtor tem que pagar royalties pelas plantas patenteadas e as sementes que produzem, por todas as gerações futuras. Isso é uma ameaça à segurança alimentar e à biodiversidade.
Falta de estudos – Conseqüências preocupantes para a saúde humana seriam o aparecimento (ou aumento) de alergias provocadas por alimentos geneticamente modificados; o aumento da resistência a antibióticos; e o aparecimento de novos vírus, mediante a recombinação de vírus “engenheirados“ com outros já existentes. Os transgênicos estão sendo utilizados de forma indiscriminada na alimentação humana e animal, pois não foram feitos estudos suficientes que comprovem a sua segurança.
. Prefira produtos orgânicos, que têm menos possibilidade de serem transgênicos.
. Preste atenção nos rótulos dos produtos industrializados, que são obrigados a ter um aviso sobre o uso de ingredientes geneticamente modificados.
. Fique mais alerta quando os produtos forem feitos a partir de milho ou soja. Estas são as sementes mais utilizadas em pesquisas com OGMs
. Se você apresentar qualquer tipo de reação a um determinado produto transgênico, faça um comunicado ao posto mais próximo do Idec, o Instituto de Defesa do Consumidor.
. O Serviço de Atendimento ao Consumidor das empresas (com endereço nas embalagens) pode dar informações mais detalhadas sobre a composição dos produtos. Se tiver dúvidas, ligue para conferir.
Produto com selo
O saco de sementes de soja transgênica tem um selo, com a letra T dentro de um triângulo amarelo, para avisar que o material é transgênico. O alimento que for produzido a partir desse material também deverá trazer informações na embalagem.
Pelo Código de Defesa do Consumidor e decretos complementares, todo o produto que tiver mais de 1% de transgênico tem de trazer um símbolo no rótulo.
As embalagens dos produtos de origem animal precisam informar o uso de transgênicos na ração. Os produtos de origem vegetal que contenham organismos geneticamente modificados precisam trazer, além da informação, o símbolo T dentro do triângulo.
ANDi: o primeiro primata transgênico







Em 1 de Janeiro de 2001, cientistas norte americanos do Centro Regional de Pesquisas sobre Primatas de Oregon, nos Estados Unidos, anunciaram ao mundo a produção do primeiro primata transgênico, um robusto e brincalhão filhote de macaco Rhesus, que recebeu o nome de ANDi. Esse nome significa, em inglês, de trás para frente, “DNA inserido”.

 Muitos animais transgênicos foram até agora produzidos, incluindo roedores, porcos, cabras e ovelhas, mas até então nenhum primata. ANDi recebeu um gene extraído de uma espécie de água-viva; esse gene regula a produção de uma proteína fluorescente e de coloração esverdeada quando iluminada por laser, de tal modo que as células portadoras desse gene brilham quando visualizadas por um microscópio especial.
O impacto provocado por ANDi não se deve tanto à importância do gene transplantado, e sim ao fato de esse filhote construir uma prova viva de que a tecnologia para a produção de primatas geneticamente modificados é viável.
O objetivo dos cientistas é desenvolvimento de macacos com genes humanos, de maneira que possam atuar como modelos ideais para a pesquisa de doenças como os males de Alzheimer e Parkinson, além de vários tipos de câncer e da Aids. Na avaliação dos cientistas idealizadores de ANDi, os macacos transgênicos, por serem muito parecidos com seres humanos, deverão acabar com o abismo entre nós e os camundongos e serão nossos aliados na luta contra doenças diversas.

• Os maiores produtores mundiais de organismos geneticamente modificados são, na ordem, Estados Unidos, Argentina, Canadá e China.
• Os Estados Unidos respondem por dois terços das áreas cultivadas no mundo, com destaque em milho, soja, algodão e canola. Além disso, foi o primeiro país a plantar OGMs comercialmente, em 1996, e são os que mais exportam e consomem esse tipo de alimento.
• O Brasil é o único grande produtor mundial de grãos não-transgênicos.
Pesquisa do Ibope realizada com 2 mil brasileiros em dezembro de 2003 indica que 73% dos entrevistados são contra a liberação dos transgênicos no país até que exista consenso na comunidade científica a respeito da segurança desses organismos para o meio ambiente e a saúde humana.
• Existe o arroz dourado, mas ele não é usado em plantios comerciais. O arroz dourado é um transgênico criado com a intenção de reduzir a deficiência de vitamina A em populações que tradicionalmente alimentam-se com o arroz. Anos de pesquisa foram gastos e o resultado foi um grão de arroz com um teor de pró vitamina A muito baixo. Para ingerir a quantidade diária mínima de vitamina A, um homem adulto teria que comer 9 quilos de arroz dourado cozido por dia. A solução para a deficiência de vitamina A está em um hábito alimentar diversificado, com a ingestão de frutas e hortaliças. A principal causa da deficiência de vitamina A nessas regiões é a alimentação baseada apenas no arroz.
Ponto de vista...
Ao nosso ver a tecnologia aplicada nos transgênicos não traz benefícios apenas para produtores e grandes empresas agrícolas, ela é o futuro da produção e distribuição de alimentos no mundo. É verdade que ainda não se tem certeza sobre os problemas causados por esses alimentos. Há muitas especulações sobre o assunto, a mídia tem criado muitos debates sobre os transgênicos.
Poderemos nos posicionar à favor ou contra, somente, quando a ciência nos mostrar dados concretos e para que isso ocorra é preciso que se continue fazendo pesquisas na área, mesmo que um dia haja a prova de que OGMs são prejudiciais à saúde humana só teremos chegado a essa conclusão por meio dessas pesquisas.
Bibliografia:
Revista Época edição 402 - 30/01/06 Site da Greenpeace: http://www.greenpeace.org.br/transgenicos/ Livro de Biologia Paulino do Ensino Médio volume único

Por: Gabrielly Melo


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