De proibidas a afrodisíacas, as frutas reúnem, ao redor do mundo, algumas lendas bem interessantes sobre suas origens. Contos havaianos que mostram a (estranha) relação entre testículos e a fruta-pão, tragédias gregas envolvendo maçãs e amoras, contos horrorosos sobre o coco e muito mais.
Confira como essas histórias totalmente inusitadas sobreviveram durante séculos na nossa lista especial de oito origens mitológicas das frutas.
Cocos decapitados
A lenda relacionada a esse fruto tão refrescante não é nada positiva. Afinal, a história contada é que, muito tempo atrás, na Nova Inglaterra, um garoto foi comido quase inteiro – menos sua cabeça - por um tubarão. Depois de alguns dias, a cabeça do menino teria aparecido em cima de um coqueiro. Assustador, certo?
Hércules e a origem da maçã
Na mitologia grega, a maçã era considerada um fruto dos deuses. Presente da deusa Terra para Zeus e Hera, a fruta era tão importante que sua plantação tinha a proteção de um dragão de cem cabeças e três ninfas.
A questão, no entanto, é que Hércules foi incumbido – em uma de suas 12 missões – de trazer as maçãs douradas. Para isso, o filho de Zeus enganou Atlas (responsável por colher o fruto) e por esse motivo seu pai mandou construir os “pilares de Hércules” como punição.
As amoras de sangue
Também da mitologia grega, a lenda conta como as amoras, que eram brancas, se tornaram vermelhas - ou manchadas de sangue. Na lenda, um casal cai nas graças do azar: Píramo crê, erroneamente, que sua amante Tisbe havia sido assassinada por um leão, e então decide tirar sua própria vida. Mas a verdade é que Tisbe apenas se assustou com a presença do animal e acabou deixando seu xale cair no chão manchado de sangue. Quando Tisbe o encontra, escolhe acompanhá-lo e também se suicida. Como em uma peça shakeasperiana, as amoras mudaram de cor por testemunharem tamanha tristeza.
Sabugueiro na vida e morte humana
Oriundo de uma sociedade nativa americana, o mito do arbusto de sabugueiro é contado para explicar por que os seres humanos têm vidas curtas. Segundo a história, uma Pedra e um Sabugueiro discutiam para ver quem teria filhos antes. A pedra propôs um acordo: se tivesse primeiro, os humanos teriam vida longa. Mas se o sabugueiro fosse mais rápido, vida mais curta. Ambos entraram em trabalho de parto ao mesmo tempo, mas um gigante sábio interferiu. Ele foi até o Sabugueiro, o tocou e disse que já estava na hora de parir – assim a árvore venceu a aposta e por isso os humanos não possuem vida eterna.
Essa também é considerada a “razão” de arbustos sabugueiros serem vistos crescendo em túmulos e cemitérios.
Fruta-pão, fome e testículos
Quem tem boas histórias sobre a origem da Artocarpus incisa, ou fruta-pão, são os havaianos. No folclore local, a ilha de Waiakea passava por uma fome devastadora, quando um homem chamado Ulu morreu. No local onde foi enterrado, nasceu uma árvore cheia de frutas que salvou a população da fome.
Outro conto envolve o sacrifício de um homem por sua família. Mais uma vez, quando enterrado, uma árvore cresceu na região dos seus testículos. Na lenda, deuses experimentaram da fruta e gostaram. Quando descobriram o “local” de origem, vomitaram a fruta e suas sementes, espalhando-as em todo o arquipélago.
Figos para um bom anfitrião
Segundo mito grego, enquanto procurava por sua filha (raptada por Hades) na Terra, a deusa Deméter agradeceu o acolhimento de um homem comum chamado Phytalos com as primeiras árvores de figo da história. Depois disso, os frutos prosperaram nas terras férteis ao redor de Atenas e no resto do mundo.
Manga venenosa
Uma lenda contada é a de uma ave que levou uma semente de manga ao seu rei. Quando a árvore deu frutos, ele ordenou que um senhor comesse antes de todos. Mas o azar foi que, na história, o pedaço de manga tinha sido envenenado por uma cobra. O veneno caiu na árvore quando uma águia carregava a cobra até seu ninho. E por causa disso, o senhor morreu, o rei ficou traumatizado e só foram confiar no fruto muitos anos depois.
Abacaxi e a preguiça
A lenda popular conta a história de Pina, uma menina bonita, mas preguiçosa. Segundo o conto popular, Pina era muito egoísta e não ajudava a sua família em nada. Um dia, recusou ajudar sua mãe e suas irmãs doentes. Irritada com a ação da filha, a mãe acabou desejando – na fúria do momento – que sua garota ganhasse cem olhos para que pudesse ver o que fazia com seus parentes próximos.
No dia seguinte Pina desapareceu e meses depois sua mãe a encontrou no formato de um abacaxi - com os “cem olhos” desejados por ela.
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